quinta-feira, 26 de abril de 2007

Meu elemento

Meu regente é terra, Terra meu elemento.
Talvez por isso, lentamente, me mova.
Por isso eu seja árido, não fecunde semente.

Deus, chova em mim.
Que não seja pouco, para que me encharque.
Que não seja muito, para que não me transforme em pântano.

Deus, um galho caia em mim, apodreça e me fertilize.
A Flor que trago ao meu lado sente sede e só pode contar com a chuva, que vez por outra vem. O orvalho que outrora caia na madrugada não a alimenta.
Preciso de rios descendo em minhas montanhas. Os que corriam passaram sem que eu deles cuidasse e agora minha flor está sedenta.

É dia de lunação. Hoje não corro para as montanhas, nem observo a lua distante.
Ficarei em um quarto vazio, sem janela, sem piso, sem teto.
Deus, me atenda, ainda que não compreenda o que quer de mim.
Menos ainda, o que quer para mim.

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