sexta-feira, 13 de abril de 2007

Ainda é cedo

Ainda é cedo,
E vou trocando as pernas
Cansado e atento,
No caminho de volta
Eu, a chuva e a cigarra
Cada um com seu som,
continuos, movimentando no ar.

Me alegro com a chuva
Que agrada a cigarra
Que canta para mim

Voaria caso quisesse,
No entanto vou trocando as pernas
Cansado e atento
Desfrutando cada momento desse diálogo
E de olhos úmidos, começo a cantar
Sentindo saudade de seus olhos
Que tão distantes tocam meu peito

Só, agora percebo que fala não é o que espero
Nem espero que tudo passe
Só, agora percebo que estamos calados
E Silêncio não é o que quero
Nem espero por tudo, parado.

Percebo que não sou anjo, nem nada
Apenas terra árida esperando tua umidade.
E enquanto pego o caminho de volta
Vejo tudo que não vi na ida.

Apanho vento com a boca,
Degusto e solto pelas narinas
Aquecido com meu prazer
Outro tanto, sinto com os olhos
Que devolvem, alegremente, lágrimas

E a calada noite fala-me em silêncio,
Como posso encontrar, sem estar
Afoito ou tranquilo,
A beleza de viver na calada da noite.

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