terça-feira, 5 de março de 2013

Tempo da colheita

Hora de ir ao campo ver as dores que plantei
Todas crescidas com seus cheiros e historias
Nem habitavam minhas memorias, apenas o chão.
Presas me aguardam, me reconhecem, me acolhem
 
"Meus olhos se turvaram e nem por isso pranto derramei"...
Busquei as dores maduras plantadas em outros tempos
Dores belas, que cultivei com mais apego
Outras nem lembrava onde plantei – Íris, Amor Perfeito, Dor de Lis

E tempo de colheita e não há mais o sossego de admirar as dores
Apalpo pétalas e deixo que dissolvam em minhas mãos
Arranco as raízes, e espero por dias felizes
Pois há de haver o tempo de colher os amores

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