terça-feira, 21 de agosto de 2007

Olhando bem

Olhando bem, de perto,
vê-se a marca de nascença
a curiosidade, a criança
e todo um mundo que me habita
[as cicatrizes da infância,
brincadeiras de rua,
o beijo recebido antes do sono inocente]

Olhando, bem de perto,
notam-se os conflitos, as angústias
os valores, as conquistas
a sexualidade, a juventude
e todo um mundo que se agita
[paquera na praça,
o beijo dado com gosto
a euforia, o andar bem-posto]

Olhando bem de perto,
é possível ver as rugas
os sulcos [das lágrimas caídas],
e também outras marcas [deixadas por outras vidas]
a tez vincada, os sorrisos muitos
e todo um mundo de conquistas

Olhando, bem...
bem de perto,
percebem-se em mim, os poros, as manias
tristezas e alegrias
e toda uma vida acumulada
[o andar arrastado
o tremor das mãos]
o olhar parado
olhando a caminhada...
... bem de perto

Um comentário:

Talma disse...

namadruga nada de mudar o nome nem a cara
a as rugas se eternizam namadruga.
namadruga as carnes apodrecem e caem...
voam os pássaros pra os confins e nunca retornam
só o sono nunca muda namadruga!
vai-se prá um lugar secreto e por lá fica
leva os sonhos...
os sonhos sustentam(ou tentam) os destinos dos vivos
namadruga sem sonhos a vida é frágil
frágil como os velhos tremulos em seus caminhares
tanta dor cabe namadruga
gemidos inaudiveis pra nunca acordar os justos
os justos merecem o sono
na madrugada .