Ah, Tempo!
Um ano se passou e eu não contei às noites, as luas
Não contei palavras ditas
Não contei as desditas vividas
Um ano passou e não contei a ninguém
Os dias, as horas, os sorrisos
Nem das estações lembrei.
Vi apenas à chegada de novembro,
O céu escuro, chuva anunciada.
Ah, tempo amigo!
Porque não se sentou comigo?
Porque insistiu em andar, quando queria eu sentar?
Porque passou, quando eu queria esperar outro tempo passar?
Porque não me deixou por dois ou seis segundos?
Prometi continuar com as rugas, idéias e fazeres
Prometi não buscar outros prazeres que me levem a morte
Prometi não pedir sorte, saúde ou prorrogação.
Tempo amigo
Deixa eu voltar ao colo
Antes que chegue o solo
Antes que seja outro o tom, o tempo
Antes que essa música chegue ao fim
Deixa!...
Há tempo, amigo...
A montanha rompe seu silêncio ao ver a lua. Como um cenário, Eu, a montanha quieta. A lua em suas fases, suas faces, me altera a beleza. Percorre minha silhueta, revelando-me.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
Outros tempos
Nem sempre fomos assim
Sós, os dois.
Ela veste cetim, lê Neruda
Eu camisa e bermuda, canto e danço.
Pena de mim. Chora por me amar.
Eu, silencio sincero
Embora calada boca, olhos meus me traem
Trazem um bem, tão bem quero
....
E essa modorra que não passa.
Esse cansaço de graça que não me deixa rir.
Essa mão que pede o que possuía outrora.
O que me alegra e entristece?
O Saber. Não ser tempo de ir.
"Esses moços, pobres moços."
E essa música, que não vai embora
["Ah! Se soubessem o que eu sei”]
Sós, os dois.
Ela veste cetim, lê Neruda
Eu camisa e bermuda, canto e danço.
Pena de mim. Chora por me amar.
Eu, silencio sincero
Embora calada boca, olhos meus me traem
Trazem um bem, tão bem quero
....
E essa modorra que não passa.
Esse cansaço de graça que não me deixa rir.
Essa mão que pede o que possuía outrora.
O que me alegra e entristece?
O Saber. Não ser tempo de ir.
"Esses moços, pobres moços."
E essa música, que não vai embora
["Ah! Se soubessem o que eu sei”]
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Como pôde?
Vai viajar?
Lembrou-se de deixar-me alimentos?
Cuidou de livrar-me dos tormentos que tua ausência me traz?
Beijou-me o suficiente para sentir falta de ar?
Fez tudo o que lhe cabia?
Tudo que podia?
E o adeus?
Acenará com o olhar de quem volta?
O que caberia em tua bagagem?
Que hora é a viagem? Avião ou trem?
Quem sabe ainda encontro passagem?
Ah, se me deixasse
Ah, se pudesse eu iria.
Deveria mesmo é proibir-te a ida...
Onde já se viu? Partir assim, tão feliz, enquanto fico.
Não ria. Não ria.
Como pode a alegria te visitar quando não estou por perto?
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Roupa Nova
Sigo como que para o alvo
Não conheço linha reta
Experimento novos caminhos novos
Nas novas sandálias
Novas histórias além do pó,
... além do tempo
... além do templo, do tento
Mantenho-me salvo, na túnica
Despreparado para a guerra
Eu, essa terra insossa, sal da terra
Necessito mesmo de roupa nova
Sapato velho
Preciso mesmo de música.
Não conheço linha reta
Experimento novos caminhos novos
Nas novas sandálias
Novas histórias além do pó,
... além do tempo
... além do templo, do tento
Mantenho-me salvo, na túnica
Despreparado para a guerra
Eu, essa terra insossa, sal da terra
Necessito mesmo de roupa nova
Sapato velho
Preciso mesmo de música.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Só por hoje
Só por hoje
Beijarei tua face doce com amor
Sem saber do sabor
Viverei a vida com vida
Terei de volta a ida
Onde não havia lamento na fala
E via a flor na flor.
Por hoje,
Esquecerei a mágoa esquecida
Saberei do fruto, o cremor
Só por hoje
Não farei o que quero
Não serei pequeno, menino
Não soprarei a chama subindo ao mezanino
Nem terei o sincero saber se me ama.
Por hoje,
Me terei como amigo
Calado falante
Pessoalmente espero
O mesmo
A mesma alegria de antes.
Beijarei tua face doce com amor
Sem saber do sabor
Viverei a vida com vida
Terei de volta a ida
Onde não havia lamento na fala
E via a flor na flor.
Por hoje,
Esquecerei a mágoa esquecida
Saberei do fruto, o cremor
Só por hoje
Não farei o que quero
Não serei pequeno, menino
Não soprarei a chama subindo ao mezanino
Nem terei o sincero saber se me ama.
Por hoje,
Me terei como amigo
Calado falante
Pessoalmente espero
O mesmo
A mesma alegria de antes.
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